Análise à Recensão Crítica de João Pedro Vala – “O Alentejo ventoso de Ana Margarida de Carvalho”


Primeiramente é importante responder à questão “o que é uma recensão crítica?”. Se nunca ouviu falar neste conceito, não se preocupe. Até à pouco tempo também não sabia o que significava.

De uma forma simples:
- Uma recensão crítica é um género académico que visa apresentar (recensear) e avaliar (criticar) um texto (um artigo, um capítulo dum livro, um livro, uma dissertação, etc.). Este género textual cruza uma dimensão expositiva e uma dimensão crítica, tendo o duplo objetivo de sumariar as ideias de um texto e, simultaneamente, avaliar o seu interesse e relevância para o conhecimento sobre determinado tema.



Neste caso vamos analisar a crítica ao livro de Ana Margarida de Carvalho – O Gesto que Fazemos para Proteger a Cabeça. João Pedro Vala, o autor desta crítica, começa a mesma por identificar todo o tipo de informação necessária sobre o livro em análise, desde o título, ao autor, editor, páginas e até o preço do mesmo.


            No primeiro parágrafo da recensão crítica propriamente dita, o autor sublinha logo de caras alguns dos contextos que para si demonstram o grande talento que a autora deste livro tem como é o caso de:
“A primeira coisa que importa fazer ao escrever sobre O Gesto Que Fazemos Para Proteger a Cabeça é sublinhar a competência de Ana Margarida de Carvalho enquanto escritora. Isso é tornado claro desde a primeira frase do romance, mas essencialmente em momentos em que a elegância da escrita se associa na perfeição com a ruralidade do Alentejo nos anos trinta do século passado.”
            João Vala usa o segundo parágrafo para nos explicar melhor o que acontece ao longo deste livro explicando-nos como este é um culminar de diferentes histórias que juntas se completam uma à outra.

“Em O Gesto Que Fazemos Para Proteger a Cabeça encontramos inúmeras histórias boas, como a da mãe de Simão ou a história de Séfora contada ao longo do quinto capítulo ou a história de Maria Angelina, o falcão de Simão (…)”.
            Durante esta parte do texto, o autor da crítica explica um pouco das personagens que podem ser encontradas no livro e até mesmo a interação que as mesmas têm com o narrador. Para isso o autor usa diversos exemplos para nos fazer perceber aquilo a que se refere.
“A certa altura, Simão Neto protesta com a pretensão de conhecimento de quem conta a sua história e pergunta: “tu, que me escreves, poderás, porventura, ter a pretensão de me conhecer por dentro, só porque me segues nesta caminhada?, que sabes tu do meu carácter, dos meus ensejos, da minha índole?” (p.37), ao que o narrador responde pedindo a Simão que se comporte de uma determinada maneira para favorecer a narrativa, enquanto pondera acerca das vantagens de a sua personagem ter um final trágico.”
            Para o autor desta crítica, o grande problema do romance que leu é qualidade de escrita da autora. Não que para si seja uma má escritora, muito pelo contrário, tem é uma necessidade muita acentuada de descrever cada pormenor o máximo que conseguir o que faz com que o leitor se perca no meio da leitura.
“Esta necessidade que Ana Margarida de Carvalho se impôs a si mesma leva a que, por vezes, o livro se torne cansativo e a que o leitor perca ocasionalmente o fio à meada, fazendo também com que nas raras vezes em que o tiro sai ao lado, saia mesmo muito ao lado (…)”
            Ainda durante o texto encontramos um parágrafo em que o autor da crítica refere o seu descontentamento perante algumas das expressões usadas ao longo do livro que para si não tinham necessidade nenhuma de existir.
“Há, finalmente, um comprazimento em algumas expressões do livro que se tornam  num refrão da história (as referências aos braços em aspas ou ao cristo negro são a esse título exemplares), a fazer lembrar Lobo Antunes, que talvez pudessem ser dispensáveis.”
            O autor termina a sua Crítica fazendo referência a como o Gesto Que Fazemos Para Proteger a Cabeça nos consegue transportar para outros tempos dentro deste nosso querido Alentejo. 



Esta análise foi feita a partir do texto disponível em: https://observador.pt/2019/12/29/o-alentejo-ventoso-de-ana-margarida-de-carvalho/ 

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