Vamos falar sobre a televisão em Portugal, vale a pena ver?
Assistimos hoje a um degradar imenso sobre
aquilo que são os conteúdos transmitidos na televisão em Portugal, mais
precisamente nos “quatro grandes”. É incrível olhar para a programação de um
canal e não conseguir perceber como é que certos programas conseguem chegar ao
horário nobre quando toda a gente sabe que tudo o que é dito e feito não devia
sequer ser visto por pessoas com menos de 13 anos, quanto mais crianças de 6 ou
7 que estão sentadas com os pais no sofá a ver televisão no domingo à noite.
A pobreza de conteúdo dos programas que
vão preenchendo a grelha de programação de canais como a SIC ou a TVI são cada
vez mais uma incógnita, pelo menos para mim. Por exemplo, os novos conteúdos na
área do entretenimento, são todos centrados mais ou menos no mesmo. Aquilo que
para grande parte das pessoas é importante, como o casamento ou as relações
sociais humanas, nestes programas passa para “banal”. Programas como “Quem quer
casar com o meu filho?”, “Quem quer namorar com o agricultor?”, “Casados à
primeira vista”, “Carro do amor” ou “Começar do zero” são alguns dos exemplos
em que a imagem daqueles que participam, para além de muitas vezes ficar mal
vista, por sejamos sinceros, é o que fica bem em televisão, ainda demonstra o
quanto os portugueses têm necessidade de ver aquilo que não interessa a
ninguém. Porque sim, isto tudo também é culpa nossa. A Culpa é nossa porque
ainda existe quem veja e não se incomode com a estupidez daqueles que se lembraram
de criar programas como estes. Claro que na área do entretenimento televisivo
há sempre programas e conteúdos que agradam mais a uns do que a outros. É
difícil, como em tudo, agradar a todos! Mas estes, em qualidade estão sem
dúvida abaixo do medíocre.
Mas nem todos os programas em Portugal são
maus, temos de admitir. O The Voice, o Got Talent e o MasterChef ,que vieram do
estrangeiro, são alguns que vale a pena dar uma oportunidade. Pessoalmente fico
triste que a TVI tenha desistido de trazer de volta programas como os Morangos
com Açúcar que para além de despertarem novos talentos ainda mantinham a malta
em frente à televisão. Era um programa para adolescentes? Sim era, mas não me
digam que os pais não podiam ver também.
Felizmente, ao mesmo tempo que assistimos
à degradação da qualidade dos conteúdos televisivos, temos, também, maiores
possibilidades de encontrar alternativas, seja na Internet, nos canais por cabo
ou em plataformas como a Netflix ou HBO. Hoje temos a sorte de poder escolher aquilo
que queremos ver, coisa que há 20 anos atrás não era, de todo, possível. Eu,
sinceramente, espero que um dia aqueles que estão por detrás destes programas
se apercebam que são “desnecessários” à nossa existência. Ainda vão a tempo de
mudar aquilo que a longo prazo só os vai fazer perder.
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